REINO ESTRANHO
Francisco Miguel de Moura*
O frio da noite
É sono entre cobertores.
De manhã: açoite!
Ninguém seja afoite:
Pense em calma nos calores,
Nas roupas se acoite.
O jardim se alegra,
Sorrindo todas as flores,
De Natura, a regra.
A noite foi negra,
O dia cinzento, oh dores
Que a outras se integra!
Na alma vivente
Que já passou dos albores,
A flor indigente...
Voltar ao papel...
São tantos os amargores:
Tintas no pincel.
Poesia conflui
Derramando nuvens, cores,
No tempo que rui.
Caminhe onde fores,
As flores têm outro mel
Pra novos amores.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta, travador, sonetista. Já no haikai é um neófito, com perdão da Regina Ragazzi.
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